RSS

Alimentos que ajudam a emagrecer


Alimentos que ajudam a emagrecer

Alimentos que ajudam a emagrecer são aqueles que aceleram o metabolismo e ajudam a queimar calorias.
Esses alimentos tendem a aumentar ou diminuir a temperatura, fazendo com que o corpo gaste calorias para voltar a temperatura normal.
Abaixo segue uma lista de alimentos que ajudam a emagrecer:
  •  Legumes: Beterraba, Cenoura, nabo, rabanete, repolho, couve-flor, cebola, abobrinha.
  •  Vegetais: Chicória, agrião, vagem, alface e espinafre.
  •  Frutas: Pêssego, uva, laranja, melancia,melão, laranja, limão,framboesa, tangerina, kiwi, amora e limão.
  •  Temperos: Gengibre e pimenta vermelha.
  •  Alimentos fonte de ômega 3: Salmão, sardinha e semente de linhaça.
A ingestão de pelo menos 8 copos de água diariamente, é um hábito importante para quem deseja perder peso ou fazer a manutenção do peso, sem engordar e emagrecer constantemente.
Além de ajudar a emagrecer de forma saudável, esses alimentos proporcionam outros benefícios para a  saúde, pois são fonte de nutrientes essenciais para o funcionamento do organismo.
Uma alimentação variada é sempre a solução mais indicada quando se pretende viver bem.
Fonte : Tua saúde / Beleza,saúde e moda com styllo

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

15 alimentos que limpam o organismo e ajudam a emagrecer


15 alimentos que limpam o organismo e ajudam a emagrecer

Saiba escolher os alimentos certos para compor o seu cardápio



Cereais e folhas frescas: ajudam na recuperação do organismo depois de um dia de exageros à mesa
Cereais e folhas frescas: ajudam na recuperação do organismo depois de um dia de exageros à mesa
Por 
Na busca pela perda de peso, alimentos funcionais são grandes aliados, basta saber escolher bem o que deve compor ou não o seu cardápio. Segundo a nutróloga Liliane Oppermann, há uma variedade deles indicados para limpar o organismo, manter a saúde em dia e garantir a boa forma. Se você está em dúvida sobre quais escolher, montamos uma lista de 15 alimentos que prometem nutrir e ao mesmo tempo saciar sua fome sem excessos!
São chás, frutas, folhas ou legumes como a cenoura, por exemplo, que é rica em vitaminas e estimula o metabolismo pois contém os minerais silício e potássio que atuam juntos eliminando o excesso de líquido no organismo. Nessa lista há também ervas como a cavalinha e o hibisco que facilitam a digestão, desincham e têm efeito levemente laxante. "A cavalinha, por exemplo, repõe potássio e silício, minerais importantes para a recuperação do organismo", observa a nutróloga.
Outro alimento que se destaca na funcionalidade do organismo e emagrecimento é a chia. As fibras presentes nesta semente emagrecedora são solúveis e em contato com a água viram um gel que "incha" o estômago e retarda a fome. As sementes absorvem 12 vezes do seu peso em água hidratando o corpo e protegendo a mucosa do intestino. Confira a lista completa:

Fonte : PAULA FACIROLI / Beleza,saúde e moda com styllo

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Alimentos que sabotam a dieta Descubra os alimentos que apesar da cara de saudável levam todo o esforço na dieta por água a baixo.


saúde 
A adoção de hábitos alimentares saudáveis é uma das principais mudanças necessárias para o sucesso na dieta e o consequente emagrecimento definitivo. Geralmente durante a reeducação alimentar, muitos produtos passam a fazer parte do cardápio, como estratégia de redução das calorias da dieta. No entanto, alguns alimentos com "cara de saudável" podem se tornar verdadeiros vilões na dieta e acrescentar quantidades excessivas de açúcares, gorduras e sódio na alimentação sem que você perceba.

Confira abaixo exemplos de alimentos, muitas vezes considerados saudáveis, mas que são verdadeiros sabotadores da dieta e dá próxima vez que os consumir não caia nas armadilhas que eles oferecem.


Barra de cereais
As barras de cereais são opções de lanches rápidos, entretanto não devem ser consumidas a vontade ou mesmo substituir uma grande refeição. As barras possuem calorias, em especial as opções com chocolate, castanhas ou frutas secas. Por isso, dê preferência por barras de cereais simples e limite-se a uma ou no máximo duas ao dia.

Chocolate Diet
O chocolate diet é mais um exemplo destes alimentos, embora o produto tenha restrição do açúcar na sua composição, durante a fabricação é adicionada grande quantidade de gordura ao produto com o intuito de melhorar o sabor e a textura do alimento. Não se engane: esses chocolates são normalmente tão calóricos quanto às versões tradicionais.

Congelados
Com o dia a dia cada vez mais cheio de tarefas não é difícil se render a uma refeição congelada, afinal a praticidade desse tipo de alimento é um forte atrativo. No entanto, muitas preparações congeladas possuem alto teor de sódio e gorduras, principalmente dos tipos saturada e trans, nutrientes esses associados ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Culinária Japonesa
A culinária japonesa possui preparações saudáveis, porém preparações como o yakissoba, rolls e o tempurá possuem grandes quantidades de gorduras. Para o temaki e o sushi, o melhor é dar preferência para os que não possuem recheio com creem cheese ou maionese. Frutas carameladas devem ser evitadas devido ao alto teor de açúcar do caramelo. Moderar a quantidade de molho de soja adicionado é essencial, esse tipo de molho é rico em sódio, a versão light pode ser uma boa opção, mas ainda é preciso moderação.

Refrigerante e refresco em pó zero açúcar
Bebidas que levam o termo ?zero açúcar? na embalagem, como refrigerantes e refrescos em pó tem quantidades restritas ou mesmo isentas de açúcares em sua composição, e consequentemente apresentam baixo valor calórico ou mesmo são isentas de calorias. Entretanto, esses tipos de bebidas não apresentam nenhum outro nutriente benéfico ao organismo como vitaminas, minerais e fibras, por isso o melhor é não consumi-los com frequência.

Saladas 
Alguns componentes da salada também podem sabotar a dieta. Para as saladas acompanhadas com proteínas vale evitar as opções com frango empanado, afinal os empanados são imersos no óleo durante o preparo, o ideal é escolher as opções com carnes grelhadas, ou optar pelas versões simples apenas com vegetais como acompanhamento para outros pratos.
É preciso ficar atento à adição de molhos prontos, queijos, azeitonas, afinal esses itens contém alto teor de gorduras e sódio. Moderar na quantidade de azeite adicionado à salada também é importante, apesar de ser uma gordura boa, o azeite possui alto valor calórico.

Shakes
Esses produtos apesar de enriquecidos não fornecem ao corpo os nutrientes e energia nas quantidades necessárias, por isso substituir grandes refeições como o almoço, jantar e café da manhã pelos shakes não é recomendado. Os shakes também não estimulam a mastigação, portanto não favorecem a saciedade e principalmente não contribuem para as escolhas alimentares saudáveis.

Sopa e macarrão instantâneo
O baixo valor calórico da sopa e a praticidade de preparo do macarrão instantâneo é um forte atrativo para quem deseja eliminar peso, contudo esses produtos são pobres em proteínas, carboidratos, fibras, vitaminas e minerais essenciais ao equilíbrio do corpo. Ambos possuem grandes quantidades de gorduras em sua composição, assim como elevado teor de sódio, mineral relacionado ao aumento da pressão arterial e retenção de líquidos no corpo.


Fonte : Ana Carolina Icó

Nutricionista Dieta e Saúde

CRN-3: 34133 / Beleza,saúde e moda com styllo

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Beber líquidos durante as refeições engorda? Desvende esse mito!



O hábito de ingerir líquidos nas refeições é muito comum, porém todos já ouviram dizer que isso é errado porque engorda, nos faz comer em maior quantidade, a barriga incha ou ainda atrapalha a digestão. Entenda um pouco mais sobre esse assunto e saiba como se comportar na hora de realizar as refeições:

Qual melhor momento de ingerir líquidos?
Os líquidos devem ser consumidos 20 minutos antes ou 60 minutos após as refeições. Quando optar por ingeri-los nas refeições é indicado no máximo um copo pequeno, com capacidade de 150 a 200 ml.

Ingerir líquidos nas refeições engorda?
O líquido ingerido na refeição não engorda, porém dilata o estômago e provoca uma sensação de inchaço abdominal.
É importante não criar o hábito de ingerir líquidos sempre nas refeições, pois o estômago sempre passará por essa dilatação o que irá torna-lo mais elástico. Essa dilatação reduz a sensação de saciedade e você pode acabar consumindo mais alimentos, levando a um excesso alimentar durante o dia e consequentemente o aumento de peso.

Por que devemos evitar líquidos nas refeições?
Durante a digestão dos alimentos precisamos da ação do suco gástrico no estômago, para que alguns nutrientes possam ser quebrados e absorvidos. Quando ingerimos líquido em excesso nas refeições o suco gástrico fica diluído e dessa forma a digestão fica comprometida podendo ocasionar problemas como indigestão, gases, flatulências e deficiência na absorção de nutrientes como ferro, cálcio, zinco, vitamina B12, entre outros.

Se optar por ingerir líquidos, qual dar preferência?
Se desejar beber líquidos durante a refeição, dê preferência aos sucos naturais feito com frutas ácidas como abacaxi, limão, morango, kiwi, já que não irão trabalhar a favor do suco gástrico no estômago, não interferindo na absorção dos alimentos. A água também é uma boa escolha, pois ajuda na hidratação e não aumenta o valor calórico da refeição.
É importante ressaltar que refrigerantes e água gaseificadas são mais prejudiciais, pois o gás presente nessas bebidas dilata ainda mais o estômago, prejudicando a digestão e criando uma falsa sensação de saciedade, fazendo com que a fome apareça mais rapidamente, e podendo levar a um excesso alimentar durante o dia e consequentemente o aumento de peso.

Como manter o corpo hidratado sem ingerir líquidos nas refeições?
Muitas pessoas sentem necessidade de ingerir líquidos durante as refeições quando a hidratação durante o dia está baixa e somente se lembram de tomar algo na hora da refeição. É importante lembrar que a recomendação de água é de 6 a 8 copos de 200 ml e essa deve ser feita preferencialmente nos intervalos entre as refeições!
Alimentos ricos em água, geralmente frutas e legumes como abacaxi, abobrinha, alface, laranja, tomate, mamão, melancia, melão, uva, chuchu fazem parte de nossas refeições, portanto é impossível realizar uma refeição sem ingerir líquidos, a preocupação sempre deve ser em não consumir líquidos em grande volume.

Portanto, é importante evitar a ingestão de líquidos durante a refeição, e caso ocorra, não deverá exceder um copo pequeno, e que preferencialmente seja água ou suco de frutas ácidas. E lembre-se sempre tenha foco na hidratação ao longo do dia.


Fonte : Andréia Manetti Previero  

Nutricionista do Dieta e Saúde 

CRN 34975/P / Beleza,saúde e moda com styllo

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

O que comer à noite para não engordar?


O que comer à noite para não engordar?

Veja sugestões de lanches para consumir na ceia.

Durante o período noturno, o metabolismo desacelera e por isso, a refeição que sucede o jantar deve ser mais leve, de modo a não prejudicar a digestão e também não atrapalhar o sono.

Portanto, alimentos gordurosos como frituras, embutidos (linguiça, salsicha, salame), queijos amarelos, que possuem a digestão mais lenta devem ser evitados nessa refeição. Além disso, bebidas estimulantes com cafeína como café, chá preto, chá mate e bebidas a base de cola também devem ser evitados, pois podem ocasionar insônia, refletindo no dia seguinte em cansaço, sonolência e irritação.

Para ter uma noite de sono tranquila e não atrapalhar o emagrecimento, veja os alimentos que podem fazer parte de sua ceia:

Leite: rico em triptofano, precursor da serotonina - substância relacionada a sensação de prazer e bem estar, e também melatonina que é um hormônio que influencia a regulação do sono. Por isso, um copo de leite quentinho antes de dormir é uma excelente escolha! Mas, atenção: o ideal é o leite desnatado que contém teores reduzidos de gorduras e calorias.

Queijos: assim como o leite, também são fontes de triptofano e melatonina. Uma fatia pequena de queijo branco ajudará a controlar seu apetite e ainda irá colaborar para uma boa noite de sono. Vá de ricota, cottage ou queijo minas frescal.

Aveia: a vitamina B6 presente nesse cereal potencializa a ação do triptofano. Que tal preparar um mingau de aveia, ou ainda, comer um iogurte light salpicado por aveia?

Castanhas, nozes, avelãs: o grupo das oleaginosas também é fonte de triptofano. Além disso, são ricos em gorduras boas, fibras e minerais importantes ao funcionamento adequado do organismo. Mas, vá com calma! Apesar de todas essas vantagens, as oleaginosas são calóricas e, portanto, devem ter o consumo limitado: 2 a 3 unidades de uma delas já é suficiente para obter os benefícios sem comprometer sua dieta.

Chás de erva doce ou camomila: essas ervas possuem efeito calmante, por isso, ajudarão a relaxar, induzindo o sono e favorecendo uma noite tranquila.

Maracujá: também possui efeito calmante e por isso colabora para uma boa noite de sono. Experimente beber um copo de suco da fruta ou ainda, bater a polpa com um copo de leite desnatado.


Fonte : Gabriela Mendes Taveiros
Nutricionista Dieta e Saúde
CRN3 32089 / Beleza,saúde e moda com styllo

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

CÂNCER DE MAMA: EPIDEMIOLOGIA E PREVENÇÃO


Sérgio Simon é médico oncologista e trabalha no Hospital Albert Einstein
No início do século passado, a maioria das mulheres casava por volta dos 15 anos, antes mesmo da primeira menstruação e, tão logo esta ocorria, engravidavam. No decorrer da vida reprodutiva, tinham vários filhos que amamentavam por longos períodos, diminuindo, assim, sensivelmente, o número de episódios menstruais que tinham durante toda a vida.
Hoje, não é raro encontrar meninas que menstruam aos 11 ou 12 anos, a menopausa está cada vez mais tardia e o número de filhos, muito menor.
Essa nova realidade torna as mulheres mais vulneráveis à ação dos hormônios femininos, o estrógeno e a progesterona, que exercem impacto importante no aparecimento do câncer de mama, doença diagnosticada atualmente em mulheres cada vez mais jovens e cuja incidência tem aumentado significativamente nas últimas décadas.
AUMENTO DOS CASOS DE CÂNCER DE MAMA
Drauzio – Estão aumentando os casos de câncer de mama ou os diagnósticos estão ocorrendo mais precocemente?
Sergio Simon – As duas hipóteses são verdadeiras. Na verdade, entre 1950 e 2000, nos Estados Unidos foi detectado um aumento significativo na incidência de câncer de mama. Além disso, os diagnósticos estão se tornando cada vez mais precoces. Hoje se sabe que, em cada nove mulheres americanas, uma vai desenvolver tumor de mama e as estatísticas brasileiras não devem estar muito distante desses números.
FATORES PREDISPONENTES
Drauzio – Que mudança no estilo de vida da mulher moderna justifica o aumento do número de casos?
Sergio Simon – Provavelmente, uma série de fatores contribui para o aumento do número de casos. Entre eles destacam-se a dieta ocidental moderna com alto teor de gordura, a vida sedentária e a obesidade. Sabe-se que mulheres que fazem exercícios regularmente têm níveis hormonais bastante mais baixos do que as obesas. Portanto, exercícios físicos e dieta com pouca gordura podem ser considerados fatores protetores contra o câncer de mama. Além disso, pode-se considerar, como fatores predisponentes, a reposição hormonal e a predisposição genética. Esta última é responsável por 1% a 10% dos casos da doença.
MENARCA PRECOCE E MENOPAUSA TARDIA
Drauzio – Qual a influência da primeira menstruação precoce e da menopausa tardia na incidência do câncer de mama?
Sergio Simon – Quanto mais anos a mulher ficar exposta à variação hormonal característica dos episódios da menstruação, maior será o risco de desenvolver câncer de mama.
Menstruação precoce e menopausa tardia estão associadas ao aumento do número de menstruações e, consequentemente, à ação prolongada do estrógeno circulando mais tempo pelo organismo.
Além disso, é importante observar que, no passado, a mulher tinha dez ou doze gravidezes e consequentemente passava muitos anos sem menstruar. Hoje em dia, ela tem um ou dois filhos, o que a torna mais vulnerável a variações hormonais importantes para o aparecimento do câncer de mama.
OBESIDADE E CÂNCER DE MAMA
Drauzio – Muita gente acha que o tecido gorduroso é inerte, um simples acúmulo de células que serão gastas no momento em que o corpo precisar de energia. Hoje sabemos que se trata de um tecido endócrino, que produz hormônios. Qual o peso da obesidade no câncer de mama?
Sergio Simon – A mulher que tem muito tecido gorduroso produz quantidade maior de hormônios. Existem enzimas nesse tecido que transformam o colesterol em hormônios femininos. Portanto, mulheres obesas têm nível maior de hormônio feminino circulante o que as torna mais vulneráveis ao câncer de mama.
Drauzio – Quer dizer que, a imagem do doente magro, fraco e debilitado está em desacordo com o aspecto das portadoras de câncer de mama?
Sergio Simon – Realmente, na maioria dos casos, a doença manifesta-se em mulheres mais obesas.
HORMÔNIO FEMININO E CÂNCER DE MAMA
Drauzio – Qual a relação entre o hormônio feminino (especialmente o estrógeno) e o câncer de mama, já que essa doença nos homens, embora ocorra, é bastante rara?
Sergio Simon – Uma das funções do hormônio feminino é manter as células do duto mamário em atividade, é mantê-las crescendo e produzindo leite. O hormônio feminino é, portanto, excitatório para as células da mama que, em certos casos, podem multiplicar-se desordenadamente. Como produz pouquíssimo hormônio feminino, o homem está menos sujeito a esse processo de excitação das células mamárias, embora não esteja livre dele. Em geral, os casos de câncer de mama masculino estão ligados a fatores familiares.
POPULAÇÃO FEMININA DE RISCO
Drauzio – Definir os fatores de risco para determinadas doenças, se não ajuda a prevenir seu aparecimento, pelo menos facilita o diagnóstico precoce. No câncer de mama, quais as populações de mulheres que correm risco maior de desenvolver a doença?
Sergio Simon – Vamos primeiro tratar do risco básico. Ao longo da vida, o risco de uma mulher não obesa, que não faça reposição hormonal nem tenha histórico familiar da doença, gira em torno de 10%. Se tiver parente de primeiro grau (mãe ou irmã) com a doença, o risco sobe para 13%. Entretanto, se existirem vários casos na família e se for detectada uma mutação em determinados genes, esse risco salta para 70%, 80%. É um risco altíssimo. Por isso, é importante que os médicos saibam localizar esses agrupamentos familiares para fazer o diagnóstico e o aconselhamento genético dessas mulheres.
Vejamos o seguinte exemplo. O gene do câncer de mama pode ser transmitido por via paterna, isto é, do pai para as filhas. Imaginemos (figura do lado esquerdo) um homem com um par de genes constituído por um gene defeituoso e um normal, casado com uma mulher que tenha os dois genes normais. Esse homem vai transmitir seu gene defeituoso para metade de sua prole. Digamos que o casal tenha quatro filhas. Provavelmente duas terão o gene defeituoso e duas, o gene normal. O risco de câncer de mama para as primeiras é de 10%, mas sobe para 60%, 70% ou 80% para as que herdaram o gene defeituoso. É essa população que nos interessa localizar para fazer o aconselhamento genético.
RETIRADA PREVENTIVA DA MAMA
Drauzio - É para essas mulheres, uma porcentagem muito pequena diante do total de casos da doença, que se justifica a retirada preventiva das mamas?
Sergio Simon – Um trabalho na área da genética, iniciado no Hospital das Clínicas e agora realizado no Hospital Albert Einstein, procura localizar esses casos de mutação de genes e detectar, dentro das famílias, todas as pessoas portadoras da mutação. Para as mulheres portadoras de mutação, mas que ainda não desenvolveram câncer de mama, uma das opções é realmente a cirurgia preventiva. Retiradas as glândulas mamárias, é feita uma reconstrução imediata das mamas como a realizada nas cirurgias estéticas. Para nossa surpresa, em alguns casos, sem que houvesse um diagnóstico anterior, foram encontradas lesões cancerígenas microscópicas nessas mamas de alto risco.
Drauzio – Para essas mulheres, considerando um risco de certa forma teórico, não há de ser uma decisão fácil optar pela retirada do seio que ainda está normal? 
Sergio Simon – Está comprovado que para essas mulheres o risco de câncer de mama aumenta muito a partir dos 30 anos e o de câncer de ovários, a partir dos 35 anos. Por isso, aconselha-se que tenham todos os filhos que desejarem e depois, por volta dos 35 anos, submetam-se a uma cirurgia de retirada dos ovários. Essa intervenção reduz a incidência de câncer de ovário em mais ou menos 90% e – descoberta relativamente recente – o risco de câncer de mama em 50%.
A retirada das mamas, ou mastectomia profilática, precisa ser muito discutida com a paciente. Apoiada por uma equipe de psicólogos que faz parte de nosso grupo, ela deve conversar com seus familiares e com o marido, enfim, com as pessoas que irão ajudá-la a decidir. Se optar pela cirurgia, trata-se de uma operação razoavelmente fácil e de bom prognóstico. Não é que o risco de câncer de mama desapareça por completo, mas ele baixa dos 80% iniciais para 1% ou 2%.
PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA
Drauzio – Os testes para a detecção desses genes são complexos e só podem ser realizados em grandes centros por médicos especializados nessa área. Quais são as mulheres que devem submeter-se a essa avaliação?
Sergio Simon – Em geral, um indício é a ocorrência de pelo menos dois ou três casos de câncer de mama em mulheres com menos de 50 anos na mesma família. Então, se a mulher tem história de mãe, tia ou prima que desenvolveram câncer de mama ainda jovens, pode ser que faça parte de uma família com mutação genética e deve procurar um laboratório credenciado para realizar esses exames.
MEDIDAS PREVENTIVAS
Drauzio – Já que apenas uma minoria apresenta alto risco de desenvolver câncer de mama, que cuidados devem tomar as outras mulheres para prevenir essa doença, uma vez que nas fases iniciais ela é facilmente curável e, nas mais avançadas, é bastante difícil de tratar?
Sergio Simon – No começo do século XX, quando começaram a ser realizadas as primeiras cirurgias de câncer de mama, em geral, as mulheres procuravam o médico num estágio tão avançado da doença que inviabilizava a intervenção cirúrgica, porque a mama já estava parcialmente destruída pelo tumor. Nessa época, começou-se a preconizar a importância do autoexame, insistindo em que as próprias mulheres procurassem nódulos em suas mamas.
Hoje, embora o autoexame não deva ser abandonado, o interesse é diagnosticar precocemente o câncer numa fase em que nem a mulher nem o médico conseguem palpar a lesão, porque ela é ainda microscópica. Muitas vezes, o carcinoma é não invasivo, está localizado num pequeno duto da mama e praticamente não apresenta risco, pois a chance de cura atinge 95% dos casos.
Para que isso aconteça, a mulher tem de submeter-se a um programa rotineiro de mamografias. A recomendação é que a partir dos 40 anos mulheres que não apresentem fatores de risco nem história familiar da doença façam mamografia a cada dois anos. A partir dos 50 anos até os 75 anos, porém, esse exame deve ser repetido todos os anos. Depois dos 75 anos, o câncer de mama deixa de constituir risco importante para a mortalidade da mulher idosa.
MAMOGRAFIA: EXAME INDISPENSÁVEL
Drauzio – Como é realizado o exame da mamografia e porque é tão importante para o diagnóstico precoce da doença?
Sergio Simon – A mamografia é um exame de raios X da mama. Como é formada por um tecido bastante denso, para obter uma imagem clara, faz-se necessário comprimi-la entre duas placas de acrílico para que o tecido fique distribuído de maneira uniforme. Atualmente, com uma dose mínima de raios X, consegue-se uma imagem de transparência da mama bastante nítida que nos permite procurar principalmente microcalcificações. Em sua fase inicial, o câncer de mama aparece como pequenos focos de calcificação de aspecto muito sugestivo localizados dentro do duto mamário. À medida que o tumor cresce, vai adquirindo aspecto mais denso e a forma de uma lesão estrelada bastante característica.
A mamografia requer muita habilidade e competência do radiologista porque é um exame difícil de ser lido.
MICROCALCIFICAÇÕEX BENIGNAS E MALIGNAS
Drauzio – Muitas mulheres têm microcalcificações no seio que não representam perigo, não é mesmo?
Sergio Simon - São muito comuns as microcalcificações benignas que não requerem a realização de biópsias. Por outro lado, é importante lembrar que mais ou menos 15% dos cânceres de mama não são detectados pela mamografia. Por quê? Primeiro, porque não existem microcalcificações; segundo, porque é igual a densidade do nódulo e da mama e, como não há contraste entre os dois tecidos, nada aparece na imagem. Embora a mamografia normal não exclua completamente a possibilidade da doença, na dúvida, representa um indício importantíssimo para prosseguir a investigação diagnóstica.
CISTOS MAMÁRIOS
Drauzio – As mulheres que têm cistos mamários correm risco maior de desenvolver câncer de mama?
Sergio Simon – Na grande maioria dos casos, o cisto mamário é uma lesão completamente benigna que consiste num acúmulo de líquido sem maior significado dentro da mama. Não passa de uma pequena bolha de água que pode ser esvaziada com uma agulha. O risco, no entanto, aumenta se existir uma parte sólida crescendo dentro dessa bolha o que não costuma ocorrer com frequência.
IMPORTÂNCIA DO ULTRASSOM
Drauzio – As mulheres poderiam substituir a mamografia, exame que exige a compressão da mama, pelo ultrassom, que é mais simples de fazer e menos doloroso?
Sergio Simon – A mama é um órgão relativamente grande para ser examinado pelo ultrassom em todas as minúcias. Por isso, lesões muito pequenas podem passar despercebidas.
Em nenhum lugar do mundo o ultrassom é indicado como substituto da mamografia. No entanto, ele pode ser indicado como excelente complemento da mamografia para examinar com cuidado uma lesão duvidosa existente em determinada área da mama. Por outro lado, existem lesões que não aparecem na mamografia, mas aparecem no ultrassom. Por isso, ele deve ser pedido se alguma anormalidade for percebida em qualquer região da mama.
OUTROS CUIDADOS IMPORTANTES
Drauzio – Você destacou a importância da mamografia para o diagnóstico precoce do câncer de mama. O que mais a mulher pode fazer nesse sentido?
Sergio Simon – Outro conselho importante é que as mulheres sejam examinadas pelo médico a cada seis meses. Pelo médico ou por uma pessoa treinada em realizar exames de mama, já que em vários países existem grupos de enfermeiras preparadas para fazer esse exame com habilidade e eficácia comprovadas.
O fato de as mulheres serem examinadas por um profissional a cada seis meses e submetidas às mamografias de rotina provavelmente sugere menor necessidade de fazer o autoexame.
Drauzio – Para que mulheres você indica a mamografia antes dos 40 anos? 
Sergio Simon – A mamografia anual é indicada precocemente aos 25 anos para as mulheres que pertencem a famílias de risco. Devem fazer o exame também antes dos 40 anos as mulheres que apresentarem um nódulo ou outro qualquer sinal suspeito na mama.
NÚMERO DE FILHOS, AMAMENTAÇÃO E CÂNCER DE MAMA
Drauzio – Existe relação entre número de filhos, amamentação e câncer de mama?
Sergio Simon – No passado, atribuiu-se à amamentação a propriedade de diminuir o risco de a mulher ter câncer de mama. Hoje se sabe que, se existe, essa proteção é muito pequena; o que realmente pesa como fator protetor é o número grande de gestações, uma vez que, durante a gravidez, a mama deixa de sentir os efeitos do ciclo menstrual.
IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO GENÉTICA
Drauzio – Que orientação deve receber uma moça preocupada porque tem um parente de segundo grau com câncer de mama?
Sergio Simon – Ela deve receber a orientação padrão dada a todas as mulheres que não fazem parte dos 10% que pertencem ao grupo de risco e  precisam fazer o teste de mutação genética, ou seja, ela deve fazer mamografia a cada dois anos depois que completar 40 anos, e anualmente depois dos 50 anos.
Drauzio – Embora a incidência de câncer de mama gire em torno de 10% na população em geral, algumas famílias apresentam número maior de casos, não é mesmo?
Sergio Simon – Isso de fato acontece. Às vezes, aparecem dois ou três casos de câncer de mama na mesma família sem que haja indicação de qualquer fator predisponente para a doença. Conheço uma família de imigrantes da Hungria em que cinco das seis irmãs tiveram câncer de mama. Essas mulheres foram amplamente estudadas e não foi encontrada nenhuma alteração nos genes que controlam esse tipo de câncer. Diante disso, só existem duas explicações: ou foi uma terrível coincidência, ou elas possuem um gene desconhecido que sofre mutação e as predispõe para o câncer de mama. É mais provável que a segunda hipótese seja a verdadeira.
Drauzio  E as famílias que têm homens com câncer de mama?
Sergio Simon – Homens com câncer de mama sempre levantam a suspeita de mutação genética num dos dois genes já mencionados. Nesse caso, toda a família deve ser testada para verificar se realmente existe predisposição familiar.
Drauzio – Vamos imaginar o caso hipotético de uma mulher que teve câncer de mama aos 30 anos. Com que idade e frequência a filha dessa mulher deve começar a fazer mamografias?
Sergio Simon – Se o caso da mãe for o único na família, a filha é considerada uma mulher de risco pouco elevado e deve seguir o padrão normal da indicação das mamografias. Se a família, porém, for muito pequena e não houver possibilidade de levantamento do histórico familiar – a mãe era filha única e a avó morreu cedo de causa desconhecida – é importante pedir-lhe o teste de mutação genética.
Drauzio – Mesmo que o teste dê negativo, mulheres que pertençam a famílias com mutação genética devem começar a fazer mamografia mais cedo?
Sergio Simon – Não. Mesmo nas famílias portadoras de mutação genética, com alto risco de câncer de mama, as mulheres que apresentam teste negativo correm o risco normal de 10% de contrair a doença.
Drauzio – Na impossibilidade de obter o teste o que o médico deve fazer?
Sergio Simon – O aconselhamento torna-se muito difícil, quando não se têm dados objetivos na mão. Se na família existem quatro ou cinco casos de câncer de mama, inclusive um homem, sobe para 90% a possibilidade de alterações genéticas naquele grupo familiar. Isso justifica tratar todas as pessoas daquela família como portadoras de mutação genética, mesmo que não o sejam.
A propósito, acho interessante citar o caso de uma família paquistanesa aqui no Brasil que sigo desde 1990. São seis casos de câncer de mama em mulher e doisem homem. Antes mesmo de ter o teste de mutação genética à disposição, já se sabia que o resultado seria positivo. No entanto, um dos casos de câncer de mama ocorreu numa mulher com teste negativo, que não tinha mutação genética. Ela fazia parte dos 10% da população sem mutação genética que desenvolve a doença.
CÂNCER DE MAMA E IMPLANTE DE SILICONE
Drauzio – É procedente a relação entre câncer de mama e os implantes de silicone?
Sergio Simon – O risco de câncer de mama não aumenta com os implantes de silicone. Na verdade, o silicone não causa câncer de mama, mas pode provocar uma doença reumática e dores articulares quando vaza da prótese.
REPOSIÇÃO HORMONAL: PRÓS E CONTRAS
Drauzio  Qual a influência da reposição hormonal no câncer de mama?
Sergio Simon – Nem todas as mulheres têm necessidade fisiológica de fazer reposição hormonal. Muitas fazem esse tratamento por motivos estéticos, para ficar com aparência mais jovem ou porque está na moda e alguns médicos recomendam. Para essas, a reposição hormonal é desaconselhada.
Outras, no entanto, precisam dessa reposição porque apresentam alterações de comportamento, depressão e osteoporose. Para aquelas em que a perda de cálcio pode implicar problemas graves no futuro como fraturas, dores, perda de altura, deformidades na coluna, a reposição hormonal deve se indicada, porque os benefícios que trará superam, com vantagem, o pequeno aumento no risco de incidência de câncer de mama.

Drauzio – Ao contrário do que se preconizava há dez anos, atualmente a reposição hormonal não deve ser indicada para todas as mulheres.
Sergio Simon – Está na hora de parar com a indicação de reposição hormonal para todas as mulheres, mesmo porque estudos recentes demonstram um pequeno mas substancial aumento no risco de câncer de mama nas mulheres submetidas a esse tratamento.
ESTILO DE VIDA E CÂNCER DE MAMA
Drauzio – Em relação ao estilo de vida a ser adotado, que conselhos você daria às mulheres que têm risco normal de desenvolver câncer de mama?
Sergio Simon – É muito difícil aconselhar mudanças no estilo de vida, porque não se conhece a maioria dos fatores que provocam câncer de mama. No entanto, é sempre aconselhável prestar atenção à dieta. Evitar alimentos com alto teor de gordura animal parece ser uma medida benéfica na prevenção do câncer de mama. Além disso, vale a pena destacar a importância dos exercícios físicos. Recentemente um estudo americano demonstrou que a incidência desse tipo de câncer diminui nas mulheres que praticam exercícios regularmente quatro vezes por semana.
Fonte : Dr. Drauzio Varella / Beleza,saúde e moda com styllo

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

COMO AS MULHERES ENFRENTAM O DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE MAMA


Sentada em um banco em um dos largos corredores de um hospital particular em Sorocaba, interior da cidade de São Paulo, a professora Maria do Carmo Chaguri aguardava o resultado da sua mamografia. Mais uma como tantas outras feitas ao longo dos seus 51 anos.  O exame de imagem deve ser rotineiro na vida de qualquer mulher e serve para analisar o tecido mamário e identificar qualquer anormalidade capaz de se desenvolver em um câncer de mama.
Para a professora, nunca houve surpresa com o exame. Só que em 2006, antes mesmo de explicarem o que havia de diferente, ela notara algo atípico. “A enfermeira veio caminhando em minha direção com uma cara sem expressão. Ao invés de me liberar, informou que ia ter que refazer o exame, porque a imagem havia saído tremida”. A professora seguiu para a sala de exame, mas agora com preocupação. “Logo saquei que havia algo de errado. Na hora veio a sensação de desesperança”.
Maria, mãe de dois filhos jovens, voltou para casa sem saber o que estava realmente acontecendo e decidiu não compartilhar com ninguém o que havia se passado durante o exame. Apenas depois de sete dias, durante a consulta com o ginecologista, ela soube do resultado: na mama direita, foram encontrados nódulos e lesões suspeitas de categoria bi-rads 4, que necessitam de avaliação mais detalhada para descobrir se seriam tumores benigno ou um câncer de mama. O desespero veio à tona, e o medo, também. “Perdi a esperança, mas pensei: seja lá o que for, vou ter que encarar”.  Ainda nada havia sido confirmado, antes ela precisaria passar por um mastologista e fazer uma biópsia.
Dessa vez ela não guardou segredo. Quando chegou em casa, dividiu a aflição com o marido, Luiz Chaguri. Ninguém se precipitou nas conclusões, preferiram não pensar nas inúmeras possibilidades. Marcaram a consulta com o mastologista, o mesmo que havia cuidado da sogra e cunhada de Maria do Carmo, quando ambas enfrentaram o câncer de mama.
Maria fez a biópsia e aguardou o resultado. “No dia da consulta estávamos, meu marido, meu cunhado Henrique e eu. O médico abriu o exame e fez uma expressão duvidosa. Eu já sabia. A única coisa que tinha dúvida era como eu deveria reagir. Não sabia se chorava de desespero ou se ria para mostrar tranquilidade a eles”. Era câncer de mama, e entre as reações ela não conseguiu resistir ao desespero diante da incerteza a respeito do que aconteceria dali para a frente. E a primeira pergunta de Maria, já com a voz entrecortada pelo choro, foi: tem cura?
Cerca de 20% das mulheres acham  que o diagnóstico do câncer é uma sentença de morte, como revelou um levantamento inédito requisitado pelo Instituto Avon, feito com 1.752 pessoas em 50 cidades brasileiras pelo Data Popular. Contra essa crença, tem-se que na verdade 70% dos casos são curados, e essa porcentagem salta para 95% quando o câncer é detectado precocemente. Por isso, é de extrema importância estar em dia com a mamografia.
A Dra. Rita Dardes, diretora médica do Instituto Avon e professora do Departamento de Ginecologia da Unifesp (Escola Paulista de Medicina) explica que dificilmente a mulher com câncer de mama morre da doença, mesmo quando o tumor não é recente. “Tudo depende de como ela é orientada. O câncer de mama tem cura, e nós temos ferramentas e tratamentos que prolongam a vida das pacientes”.
Claro que Maria, assim como todas as outras mulheres diagnosticadas com a doença, tomou um grande susto quando descobriu o tumor maligno e até pensou na possibilidade de morrer. Ainda segundo a pesquisa, o câncer é a doença mais temida por 60% das mulheres, sendo que 40% acham que é uma enfermidade que mata rápido e 29% acreditam que não tem cura.
Recebendo o diagnóstico
Ao longo dos 28 anos em que trabalha como coordenador do setor de mastologia do Hospital das Clínicas e do Instituto do Câncer em São Paulo, Dr. José Roberto Filassi presenciou o desespero de diversas mulheres ao receberem a notícia. “É como se uma bomba tivesse caído em cima da cabeça delas, como se tudo tivesse acabado. Essa é a sensação tanto para ela quanto para a família”.
Para 95% das mulheres, o resultado do exame afeta a diretamente os parentes mais próximos. O relacionamento com o companheiro a partir da notícia, por exemplo, é delicado. “Dependendo do tipo de relação, a doença acaba afetando. Os seios são uma zona erógena, mas acabam ‘perdendo’ essa característica para o companheiro e para a mulher. Elas acabam ficando mais inibidas em relação ao sexo e mudam seu comportamento. De amante, eles passam a ser mais um companheiro, um irmão”, afirma Dardes.
Para 38% das mulheres e 40% dos homens, o diagnóstico de câncer de mama pode por fim em um relacionamento. “O homem ao lado da mulher, apoiando-a, é muito importante. A estabilidade emocional faz com que ela vença mais facilmente essa barreira”, reforça a ginecologista.
No dia 07 de fevereiro de 2006, Maria foi submetida a cirurgia. “No processo, são retirados os nódulos malignos. Depois, a paciente passa por sessões de quimioterapia em que são ministradas drogas intravenosas para matar as células cancerígenas ou inibir o crescimento e proliferação. Por último, ela passa pela radioterapia, um tratamento local focado em eliminar o restante de células cancerígenas por meio de radiação”, explica Filassi.  Nos casos mais graves, as mulheres passam primeiro por sessão de quimioterapia para diminuir o tumor, em seguida a cirurgia e então pela radioterapia.
Trinta dias depois do processo cirúrgico, a professora passou por seis sessões de quimio. Como esperado, sentiu todos os incômodos do tratamento: enjoos, vômitos, diarreia e perda de cabelo. Mas nada que comprometesse seu dia a dia, como sempre imaginou. “Fiquei mais fraca, mais debilitada, mas continuei levando uma vida quase normal”, lembra.
Evolução no tratamento
Dr. Auro Del Giglio, professor de Oncologia e Hematologia na Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, lembra que a quimioterapia é uma das armas mais importantes contra o câncer e nos últimos 20 anos foram desenvolvidas formas de amenizar os efeitos colaterais do tratamento. “Foram descobertas substâncias que conseguem fazer as células se dividirem mais rapidamente. Quando administradas aos pacientes em paralelo à quimioterapia, os efeitos adversos sobre o sangue serão diminuídos. Com isso, é possível dobrar a prescrição de drogas quimioterápicas sem causar tanto incômodo ao paciente e promover uma rápida recuperação”.
Com a recente medida norte-americana que categoriza o câncer de mama em quatro novas classes, baseadas na genética das células tumorais, os tratamentos tendem a melhorar ainda mais. Esse mapeamento vai facilitar a prescrição de tratamentos, que podem ser definidos não apenas pelo órgão em que vão agir, mas também pelo tipo de mutação. “Nós estamos aprendendo que os cânceres têm características específicas, e isso facilita.  Conseguimos individualizar os casos e tratá-los da melhor maneira”, comemora a ginecologista Rita Dardes.
Depois de todo o processo, Maria fez mais 30 sessões de radio e, por fim, conseguiu vencer o câncer. Mas isso não significa que estava livre de acompanhamento. Mulheres que sofreram da doença devem reforçar a atenção com exames preventivos. Anualmente, devem fazer a mamografia e, a cada três meses, o auto-exame. “A mulher não precisa fazer mais de uma mamografia por ano, para não acabar ficando exposta a muita radiação. Caso ela tenha dúvida, deve recorrer ao ultrassom. Apesar de não ser certeiro, ajuda a identificar alguma irregularidade”, explica Dardes.
Mesmo não tendo passado pela doença, nenhuma mulher pode se isentar de fazer os exames. A partir dos 40 anos, todas devem procurar o ginecologista e passar por exames rotineiros. Aquelas que possuírem histórico da doença em parentes de primeiro grau devem começar a partir dos 35 anos.
A mamografia e o auto-exame são as primeiras formas de identificar a doença, mas cerca de 48% das mulheres não se submetem a eles. Entre essas, metade alega ter medo de descobrir a doença durante o exame, o que é um contrassenso, já que quanto mais rápido é descoberta a doença, mais promissor é o tratamento. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima que em 2012 haja 52.680 novos casos de câncer de mama no País.
Ameaça à vaidade
Em 2008, durante os exames de rotina, Maria descobriu outro câncer, dessa vez na mama esquerda. Por se tratar de uma recidiva, ou seja, células tumorais remanescentes do câncer anterior estavam proliferando novamente, a professora teve que passar pela mastectomia (retirada da mama). “Quando você recebe a notícia, o mundo desaba novamente. Nesse momento, você quer escolher algo que seja mais certeiro e que acabe definitivamente com as chances de a doença retornar”.
“A mastectomia é decidida pelo mastologista dependendo do tamanho do tumor e do tamanho da mama. Se for um seio pequeno com um tumor grande, é preciso retirar. No caso inverso, não há necessidade. Em situações de reincidência, sempre optamos por retirar”, afirma a diretora. Darde esclarece que ter de retirar a mama não significa que a possibilidade de morte é maior. A taxa de sobrevida é a mesma nos dois casos. Além disso, a ginecologista lembra que não existe tratamento para a doença sem algum tipo de processo cirúrgico. “A quimioterapia é paliativa, não curativa. A cirurgia é indispensável”.
Maria conhecia os dois lados, já havia passado por uma cirurgia conservadora e sua sogra e cunhada haviam retiraram a mama. “Não me preocupei muito com a estética. Minha cunhada retirou a mama e colocou prótese de silicone, eu sabia que não ia ficar menos feminina”. Cerca de 75% das mulheres acham que a doença acaba com a vaidade e que a retirada da mama acaba com a feminilidade, mas hoje há recursos que ajudam a não comprometer a auto-estima. “Ela pode sair da sala de cirurgia com a mama reconstruída, seja com silicone ou enxerto”, ressalta o Dr. José Roberto Filassi. Para as mulheres que não têm acesso aos atendimentos particulares, a Dra. Rita Dardes lembra que o SUS oferece, gratuitamente, a cirurgia de reconstrução. Maria teve que fazer a mastectomia, mas já saiu da sala com a prótese de silicone.
Ela venceu pela segunda vez o câncer, e em 2010 enfrentou-o mais uma vez. Saiu novamente vitoriosa. Mesmo cansada, Maria nunca perdeu a força para lutar contra  a doença e, assim como 56% das mulheres que tiveram câncer entrevistadas na pesquisa, também se sente uma vencedora.
Fonte : Dr. Drauzio varella/ Beleza,saúde e moda com styllo

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS